sexta-feira, junho 20, 2014
quarta-feira, fevereiro 06, 2013
Cresceu (ou Less Means More)
You're me?? Look at you! Fotografia ©Afonso Moreira Pires |
terça-feira, janeiro 31, 2012
Obrigado
Etiquetas: Frio, Reconstruir
terça-feira, janeiro 25, 2011
Acordar ontem
(anexos: http://www.youtube.com/watch?v=FCLpqkIDlXs
http://www.youtube.com/watch?v=lBpq0BWQP3E )
segunda-feira, outubro 15, 2007
Louco
Uma névoa aconchegante tapa os rasgões de uma vida social para que não fui talhado, pelo menos não hoje.
Os fiapos que dela restam fazem-me corar, por ficar tão aquém das expectativas que me tinham… O sucesso paira à minha volta e eu sem lhe poder dar resposta.
Sou um outsider, um alternativo, um parvo, um louco. Consciente e humanamente louco, senhor da minha loucura, dominado pelo medo e pela tão conveniente cortesia (pelo menos com ela não temos que nos esforçar) nas oportunidades dadas pela fortuna, e que esbanjo qual areia levada da mão aberta invadida por uma onda.
Nas primeiras pinceladas de madrugada vejo um ser perdido, longe de si próprio, procurando refúgio em qualquer lado, um refúgio desconhecido, que não sabe onde é, mas que busca interminavelmente, na esperança de defraudar o pressentimento que lhe diz já o ter perdido.
O Ser Humano, esse, é longe da alma, desorientado no deserto que é a terra de ninguém, raia da Razão e do Coração.
Quem me dera não sentir, nem pensar, apenas viver o dia, existi-lo, e chegar ao fim cheio, satisfeito, mas vazio no pensamento. Era tão mais fácil ser como “eles”, os que são normais…
Adormeço; inexoravelmente só nos braços da fria madrugada que me embala luminosa, na esperança de te encontrar de mão dada com a minha alma neste deserto que visito no sonho que se avizinha.
Fazes-me falta, contigo sou louco a dois…
João Moreira Pires
22/01/2006
quarta-feira, junho 20, 2007
Inócuo
Foi ao outro dia, na rua. Sem me lembrar de nada, lembrei-me de tudo.
Acho que foste tu.
Lembrei-me de ti, é tudo.
Não foi revivalismo, foi… lembrar.
Não me lembrei de nós, mas de ti, de como era bom apareceres de vez em quando para conversar, ou nem tanto.
Disse que ia na rua? Desculpa, não foi na rua, era uma estação.
Fiquei sem saber o que reagir, não contava encontrar-te ali. Foi um sorriso abafado (não tenho lata para o abrir sem mais nada).
Depois conto-te.
Como estás? Já não se de ti há tanto tempo…
Às vezes ainda me atrevia a ter quase saudades tuas.
Mas logo vi que não faz sentido, já não há razão para ousar.
Não és tu nem sou eu, é a vida.
Foi bom tropeçar em ti.
Para a próxima avisa com mais tempo, arranja-se uma mesa de café e um par de cadeiras para compor a cena. Aproveito e peço a um croissants que acompanhe o empregado (também aparece um, para o quadro ficar completo) que nos atender.
Até podemos imitar o antigamente e ficar horas a falar sobre tudo e nada.
Isto se não tiveres que objectar (as pessoas tornam-se diferentes e costumam objectar muito - um aborrecimento…).
Mas descansa, ainda vem longe, na imaginação.
Digo-te mais uma vez, nunca é demais avivar:
E não é (mesmo) revivalismo, é (apenas e só, sem complicações daquelas que as existências inventam para se sentirem seguras) lembrar.
João Moreira Pires
20/06/2007
sexta-feira, junho 08, 2007
"Mind the gap!"
Please mind the gap when approaching.
I was just thinking how can it be?
It invades my consideration all the time, unbelievable!
You just rush through my thought scattering beauty all over the place. The thing is you never stop, so all I get are those beauty bits you leave behind. I grab my hands on them, with all my strength, wile I wait for you to come by another time. Maybe, some day, you will stop and stay for a while.
And it’s awful to know that you won’t have to fight for my attention anytime, as loneliness is my main companion.
The gap I talked about shall be called “severe lack of completeness” (sometimes I dare to imagine you would heal that wound. Nice and peaceful dreams those ones).
And more, I don’t even know what you think about me, or even if you do think about me.
In the end, can tell that I care for you, and it is so annoying not to know if and how you do the same.
The idea of us, did it ever come crossing your mind? Because it keeps crossing mine all the time…
JG - 08/06/07
quarta-feira, maio 30, 2007
Crush ou "Lovely lady, I am at your feet"
Ando para aqui às turras, contigo na cabeça, mas sem descobrir palavras que te te façam jus.
O teu cabelo... Fica-te bem, especialmente quando o soltas. A forma como te cai, sobre os ombros, e, como quem não quer a coisa, convida ao toque, ao cheiro...
Respiras devagar, com calma, num movimento contínuo e cadenciado. Tenho saudades de respirar ao mesmo tempo que outros ares, de sentir encher e esvaziar nos meus braços.
Depois há a voz, doce, com as suas particularidades: tom afável, de suaves meandros enérgicos.
Queria descrever o teu abraço, mas esse ainda não o tenho. Quem sabe daqui pouco...
Até lá posso apenas imaginá-lo e desejá-lo (e tanto!). Quero sentir-te adormecer nos meus braços, suave e serena, em paz com o mundo.
Quero ousar descobrir-te, em todo o teu esplendor.
Só me falta que deixes, e serei teu.
sábado, março 10, 2007
Tardes de Quinta-feira
Porra para a música! Os índios ainda a ver se enganam quem passa.
Tocam tão bem que até com as flautas no saco a xaranga continua!
Maquilho-me com sorrisos para distribuir na passadeira às almas que param por mim (eu não parava, por este mim não).
Eles devolvem-me uns verdadeiros.
É incrível como até aqui a corrupção chega. Sorrisos amarelos de bolor por sorrisos sinceros.
Sinto-me mal com o meu papel, ou a falta dele. No fundo acho é medo de me ligar e deixar entrar.
Abro os olhos, tanto que choro com as alfinetadas do vento frio, para te encontrar.
E tu nada. Indiferente.
Desapontas-me em cada carro onde não passas, em cada aceno que escondo, porque não estás lá.
Quem és tu?
A Lua vai alta, na cidade que flui vazia, a caminho de casa.
Entrei e fechei bem a porta, não fosse o vácuo seguir-me cá para dentro.
Carta a _______ (preencha os espaços)
A coragem não é desatada por razões frias que enlouquecem.
E é mesmo daquilo que estamos a precisar, e é mesmo aquilo que queremos. Mas não pode.
Há a minha vontade, mas não podemos.
E pronto. Temos que calar o salto, amarrar o grito que ia ser e deixar cá fora um eco de expectativas frustradas a vibrar o ar num silêncio ensurdecedor.
E tu aí tão perto. Mas não. Golpeaste-me sem saber e eu calado, sem mostrar. E tu ali, e eu aqui, e no meio uma parede de ar de aço, que não me deixa passar para aí, nem deixa passar sem ti.
Ensandece-me cada vez que me passeias clandestinamente pelo pensamento. Sou o guarda, atormentado por não poder querer deixar.
Já não posso de não poder querer(-te) tanto…
Continuo a estremecer, a calar, a agarrar uma pilha de nada, para iludir a tua presença ausente.
Talvez o medo me silencie, talvez a razão, não sei.
Sei que ter-te tão perto me seca e dá vida, num paradoxo inexorável.
Caio para cima, em torvelinho, por esse poço horizontal, à espera de um tecto onde aterre, mais ou menos incólume.Por favor, não vás, a tua inspiração consola-me o grito não sido.
Abraço
A luz amarelada dos candeeiros da rua esgueirava-se pelos espaços entre os cortinados, coada pela sua transparência protectora.
Levantei-me, devagarinho, com todo o cuidado do mundo para não fazer barulho nem fazer tremer a cama.
Os lençóis descansavam de uma noite mutuamente amada, e envolviam o teu corpo como suaves ondas numa praia.
Tu dormes, calma, descansada, bela, no teu pijama improvisado. A camisola amarela, enorme, tem-te lá dentro, e o desenho branco na frente sobe e desce sobre ti, ao ritmo cadenciado do doce ar que respiras.
O cabelo solto sobre a cara torna-te mística, deitada numa cama moldada a nós que tentas agora ocupar.
Tive que sair mais cedo, antes de ser tempo de ir.. Ambos nos sentimos injustiçados por esta imposição.. queremos mais, muito mais...
Preparei-me e arranjei tudo o que precisava para levar.
Depois, parei e olhei para ti.
És linda!
Nesse momento lembrei-me de quando nos conhecemos, e da maneira alucinada e de rompante como entraste na minha vida, me cativaste, me abriste as portas ao Mundo e depois me arrancaste de mim para fora.
És tudo, tudo o que realmente importa.
Baixo-me até ao teu sono repousante e dou-te um beijo de despedida.
Semi-acordada passas-me o braço pelos ombros, puxas-me para ti e murmuras um”tem cuidado.. Boa viagem, até amanha” enrolado num beijo de resposta.
O meu corpo sai, só, enfrentando o frio da madrugada invernal que me espera lá fora..
Mas eu fico ali, contigo...
Mais um beijo e parto,
enquanto te abraço nesse sítio onde a noite é só nossa...
para ti II
Agarra-me a mão , vamos?
Damos voltas por sítios onde ninguém parece passar
Onde tempo corre e nós não damos por ele.
Leva-me contigo, e deixa-me estar.
Abraça-me ao luar, ao por ou ao nascer do sol.
Deixa-me estar !, onde quer que estejas.
Preciso da tua atenção, preciso da tua mão!
Guia-me, faz-me festas, põe a mão no meu cabelo.
Fica à minha espera, fica para sempre.
Eu espero por ti
Prometo-te isso.
Tens todo o tempo do mundo, eu vou estar sempre aqui
Pronto para te dar a mão, um abraço ou um beijo. Posso?
Diz-me que posso, e mergulha comigo numa alegria indizível.
Onde o medo não existe, onde as metas não existem
Onde a única coisa que existe é o brilho do nosso olhar.
Luís Bessa Monteiro
para ti I
Quero saber o que fazes agora
Quero saber com quem estás.
Quero mas não quero
Não me quero (des)iludir,
Não te vou deixar sair da minha mente,
Vou ficar para sempre com a tua cabeça no meu ombro
Vou ficar para sempre a tocar nos teus cabelos,
Como naquela noite em q sonhei contigo, lembras-te?
Claro q não, não te disse. E tu, já sonhaste comigo?
Sonha, uma vez que seja e diz-me.
Sossurra-me ao ouvido, dá-me a mão.
Assim partiremos para onde tu quiseres.
Luís Bessa Monteiro
sexta-feira, novembro 11, 2005
A Marquesa (desculpe Tia..)
A porta abriu com uma leveza inesperada, perseguida por um convidativo ranger de dobradiças..
- Entra filho, entra!
No hall, um espelho ancião olhou-me com os meus olhos. Era sério e privado este hall, um espaço por onde desfilou o mundo, sempre acolhido pelo espelho inquiridor.
Os meus passos, guiados pela Marquesa, levaram-me através da grande e imponente sala, até uma pequena divisão, acolhedora e habitada.
O papel de parede, amarelado pelos anos sucessivos de maços ali esgotados, estava manchado de várias faces austeras e altivas, ausentes num mundo diferente do nosso, que me fitam do alto da sua nobreza de sangue.
A Marquesa senta-se, num antigo maple, já moldado ao seu frágil corpo pelos dias sucessivos fechada em casa…
- Sabes filho, a idade prende-me, e já poucos querem levar a velhota a passear…
Solta uma risada na sua voz gasta, e o vestido muito composto, atenuando-lhe a pele alva e enrugada, disfarçando os anos que a arrastaram na sua corrente.
Aquela casa, outrora ilustre sala de visitas da sociedade da capital, é agora um resquício empoeirado, que deixa adivinhar nas curvas indolentes dos reposteiros o brilho de outra época, de um mundo com uma ordem fixa, onde cada coisa tinha o seu tempo e o seu lugar, sem pressas, simplesmente sendo.
Dei-lhe o meu presente, um ramo de flores, nu, sobriamente arranjado, que condizia com a sala, como convinha a uma casa daquelas.
Não era nada de especial, mas a Marquesa (tia Matilde como fazia questão que lhe chamássemos..) ficou inesperadamente tocada. Tinha sido o único a lembrar-se do seu aniversário!
Vacilei perante a importância que adquiri naquela vida, por ser, não mais do que eu!
Lanchamos à antiga, com torradas, scones, compota, bolinhos de gengibre, leite, chá e tudo!
Trouxe o Mundo àquele lugar parado no tempo.
Depois, uma despedida em que a Tia me tomou as mãos e, com olhar comovido, encarou-me e soprou 1 obrigado arrastado pela emoção.
A gratidão profunda nos seus olhos contagiou-me as lágrimas, eles eram límpidos e sinceros como poucos..
De novo o espelho ancião, que me fitou, desta vez, comovido;
de novo o ranger da porta seguido por um clang que me trancou, desta vez, num corredor escuro e frio. Desta vez não haveria nem campainha, nem torradas, nem compota, nem scones quentinhos a fazer esquecer os rigores de Inverno. Desta vez havia um calor diferente, calor de humanidade dada.
quinta-feira, outubro 27, 2005
Na última gota de água
enquanto o desespero se concentra
na última gota de água.
O quotidiano, domina-me...
procuro em cada espaço a conjunção para a vida.
Projecto planos no inquestionável,
semeando na terra (árida)
os frutos que não chego a colher.
Resta-me contemplar;
num súbito recomeço infinito,
a formosa linha verde
que delimita a quietude da cordilheira.
Luís Bessa Monteiro
quarta-feira, setembro 21, 2005
Melancolia
ao romper da aurora
vejo lírios derramados pelo chão,
as magnólias quebradas, os malmequeres sem vida;
uma mãe com o filho ( morto ) no seu regaço
Sinto neste quadro um apelo...
Porque urge entregar-me aos outros,
partilhar a mesa e o pão
num eterno momento de inquietude e melancolia
Luís Bessa Monteiro
sexta-feira, setembro 16, 2005
Peregrino
caminhar longos dias
com a casa às costas.
Amo os que caminham comigo
me apoiam e me ajudam
a suportar a dor
Porque um verdadeiro peregrino
é aquele que no dia-a-dia
foge da rotina;
espanta a sociedade
presa por vaidades superfluas e sentimentos efémeros
e se refugia em si,
procurando encontrar um espaço habitável nos outros
Porque um verdadeiro peregrino
desprende-se de tudo aquilo que lhe é dado
e agarra-se ao que é ganho
em cada passo, em cada dia
Porque um verdadeiro peregrino
procura em Deus a força e a luz
para a incessante busca do mais íntimo recanto
que habita Nele.
Luís Bessa Monteiro
sexta-feira, setembro 02, 2005
em cada dia que passa...
Rejuvenesço nas ligações umbilicais
de amor fraterno.
Pois é como se em cada dia,
espreitassem novos laços... pela saudade de um abraço.
Luís Bessa Monteiro
sexta-feira, julho 22, 2005
Depois da Peregrinação
em que a saudade nos destrói
através da alegria manifestada
pelas pessoas que amamos.
Luís Bessa Monteiro
Porto, 29 de Setembro 2004
Manhã
Tive um furo e aproveitei para ir a casa.
Quando cheguei “ela” ainda estava a dormir, o ar era espesso e quente como é próprio da manhã antes de uma casa acordar.
Na sala com as persianas corridas, avancei tacteando e abri-as.
No lento e monótono barulho do motor iam-se revelando os vestígios do dia anterior,
Uma arca fora do sítio,
A mesa com a toalha ainda posta e os guardanapos desarrumados por cima, livros de estudo...Tudo estava calmo e numa sonolência de quem está acordado mas ainda na cama.
Continuei a invadir a intimidade de um sítio onde ainda era noite e penetrei por este ambiente denso e entorpecido qual nuvem de incenso, que me abraçava e convidava ao sono, até chegar à cozinha.
Aqui era evidente que algo acontecera há pouco.
Taças e canecas sujas de leite e chocolate, os flocos e o mel em cima da mesa, como se tudo tivesse sido abandonado à pressa na iminência do grande perigo de não cumprir um horário.
O gato arranhou a mesa onde escrevo para chamar a atenção. Quer festas o malandro, e já sabe que lhas dou.
No corredor via-se a luz do dia que deixava adivinhar os quartos com camas por fazer, pijamas por dobrar, sinais de vida, que por aqui passou há umas horas e que voltará em breve, para fazer viver a casa que ainda desperta da noite que a tomou.
João Gonçalo Moreira Pires13/04/2005
Novo Colaborador
Fundação.
Contando este blog, "Pensados, ditos e escritos", no acto da sua instituição, com um fundador e colaborador, de seu nome João Gonçalo Ribeiro Rosa Moreira Pires, de pseudónimo Pirata, não sendo excluída a hipótese de virem a ser admitidos, no futuro e em caso de acordo mútuo, novos colaboradores.
Este blog pretende divulgar a todos os interessados texto literário produzido pelo(s) seus contribuidores, para lazer de todos os leitores.
Assim foi o acto de fundação deste blog, sedo desse acto lavrada esta acta, pelo fundador o blog.
João Gonçalo Ribeiro Rosa Moreira Pires
Miraflores, 22 de Julho de 2005